Mitos e verdades sobre marmita congelada

Refeições - Prontas e armazenadas em marmitas. (Foto: Pixabay free download)

Marmitas congeladas são uma ótima opção para quem busca praticidade e uma alimentação saudável diante da correria do dia a dia. Apesar disso, essa prática, que vem se popularizando e fazendo parte da rotina alimentar de muitos brasileiros, ainda gera dúvidas.

Existem discussões sobre o fato de o congelamento prejudicar os nutrientes dos alimentos, retirar o sabor, e, até mesmo, alterar a textura original. O fato é que, quando feitas corretamente, elas podem ser ótimas aliadas para o equilíbrio nutricional.

Marlucy Lindsey Vieira – nutricionista na UBS Jardim Nakamura, gerenciada pelo Cejam – Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo – desmitifica o que é verdade e mentira sobre tema, além de fornecer dicas para prepará-las de maneira eficiente.

Se você prepara em casa a própria refeição e utiliza alimentos naturais e considerados saudáveis, a comida congelada não fará mal. Pelo contrário, ajudará a manter uma alimentação mais regrada e saudável.

Ao serem congelados, os alimentos não perdem seu valor nutricional, pois não há redução de calorias, fibras ou minerais. Eles também mantêm a quantidade de gordura, proteínas, açúcar e carboidratos. O que pode mudar é o conteúdo de água, algo que se torna evidente quando descongelamos a comida. Um brócolis, ou uma couve-flor, por exemplo, ficará um pouco mais úmido.

O tempo ideal de armazenamento é de até 90 dias no freezer, com temperaturas entre -18° e -20°. Nesse período, por ser mais longo, pode ocorrer uma pequena perda de vitaminas, como o folato e a vitamina C, mas trata-se de uma quantidade muito pequena.

É crucial que o alimento esfrie completamente antes de fechar as marmitas e colocá-las no congelador. Isso porque, quando a marmita é tampada com o alimento ainda quente, o vapor condensa e forma gotículas de água no recipiente e na tampa. Quando congeladas, essas gotículas se transformam em cristais de gelo que, ao descongelar, derretem e acumulam água no fundo da marmita.

No entanto, é importante não deixar passar muito tempo após a preparação para congelar, pois a ação das bactérias começa rapidamente e o congelamento é justamente o processo usado para prolongar a vida útil do alimento.

É preciso mergulhar os legumes em água fervente (60ºC a 100ºC) por 2 minutos ou até a água voltar a ferver, com o objetivo de inativar as enzimas.

Em seguida, é necessário transferi-los para um recipiente com água gelada e pedras de gelo, deixando-os descansar por 2 minutos. Após retirá-los da água, deixe os legumes secarem sobre um pano limpo e seco. Finalmente, coloque os legumes nas marmitas e leve-as ao congelador.

Há opções que são mais indicadas para compor marmitas, de modo a preservar sua qualidade e sabor? Cozinhar bem os alimentos e selar as carnes com um fio de azeite na panela, formando uma pequena crosta, ajudará a impedir a liberação de água quando a marmita estiver descongelada. Já as leguminosas preparadas por meio do branqueamento tendem a manter a cor, a consistência e o sabor. Alimentos assados também não liberam muita água durante o descongelamento e mantêm o sabor. Também é indicado colocar menos sal do que o habitual, pois o congelamento realça o sabor do sal.

Existem alimentos que devem ser evitados nas marmitas que serão congeladas? Se sim, quais e por quê? Legumes com muita água. O chuchu e a abobrinha são bons exemplos. Caso queira seguir com as opções, é preciso preparar corretamente, cortando em cubos bem pequenos antes de serem cozidos. Recomenda-se usar a própria água desses legumes para o cozimento ‘al dente’, pois, caso contrário, eles poderão liberar muita água e perder o sabor após o descongelamento.

A marmita pode ser recongelada após o descongelamento, caso a pessoa não queira consumir toda a porção de uma vez? Uma vez descongelada, a marmita não deve ser congelada novamente.

Existem recipientes mais indicados para a preservação dos nutrientes e do sabor dos alimentos? A escolha do recipiente é crucial. Ele deve ser fácil de limpar e não pode reter cor, cheiro nem liberar micropartículas que podem contaminar os alimentos.

As melhores embalagens são as de vidro com tampa hermética, pois são consideradas mais simples de higienizar e mais sustentáveis. Uma segunda opção são as embalagens de plástico, porém, é essencial que sejam do tipo BPA Free, o que indica que o produto é livre de bisfenol A, um composto orgânico sintético usado na produção de plásticos e que é prejudicial à saúde.

Fonte: terra.com.br

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