A doença renal crônica afeta mais de dez milhões de brasileiros e 850 milhões no mundo, além de causar 2,4 milhões de mortes todos os anos, segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia e a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, cerca de 157 mil dependem de terapia renal substitutiva, conforme o Censo Brasileiro de Nefrologia de 2.023. Só no Hospital Pequeno Príncipe, o maior e mais completo hospital pediátrico do país, foram mais de cinco mil sessões de hemodiálise em crianças e adolescentes em 2.024.
Embora seja mais comum em adultos, a doença renal crônica também acomete o público infantojuvenil. Estima-se que sejam 20 casos a cada um milhão de crianças, de acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria.
Além da produção de urina, os rins desempenham funções essenciais no organismo, como filtrar impurezas do sangue, controlar a pressão arterial e produzir hormônios. “Muitos pensam que os rins são responsáveis apenas pela urina, mas também são fundamentais para o bom funcionamento do metabolismo, do crescimento e do desenvolvimento do corpo. Por isso é importante que o cuidado com a saúde renal e os bons hábitos iniciem ainda na infância, pois eles interferem na saúde por toda a vida”, enfatiza a nefrologista pediátrica, Lucimary Sylvestre, do Hospital Pequeno Príncipe.
A ingestão adequada de líquidos, a alimentação balanceada (evitando processados e excesso de sal) e a prática regular de atividades físicas são fundamentais para manter os rins saudáveis ao longo da vida. Também é importante controlar o peso e a glicose e aferir a pressão arterial regularmente a partir dos 3 anos de idade.
Quando suspeitar?
Existem diferentes doenças renais e que não se limitam apenas aos rins, atingindo todo o trato urinário. Elas se apresentam por malformações congênitas, condições hereditárias ou adquiridas. “Algumas doenças se manifestam com sinais, como perda de urina, infecção urinária de repetição, presença de sangue ou proteína na urina, mas outras são silenciosas até que atinjam um estágio mais avançado de alteração na função renal”, explica a nefrologista pediátrica. Além desses sinais, é importante estar atento para:
• alteração na pressão arterial;
• anemia que não melhora com reposição de ferro;
• alterações ou fraqueza óssea;
• cansaço excessivo;
• inchaço nos pés e no rosto;
• histórico familiar de doenças renais.
Ao observar qualquer sinal ou sintoma, é fundamental passar por avaliação médica. Se não tratada adequadamente, a doença renal crônica pode levar a complicações graves, como insuficiência renal e necessidade de realização de diálise ou até mesmo de transplante de rim. Os problemas renais também podem resultar em edemas, dificuldades respiratórias e problemas cardiovasculares, como hipertensão e aumento do risco de infarto.
Coloração
A urina é um indicativo relevante da saúde dos rins, pois a coloração reflete o estado de hidratação e pode sinalizar problemas que exigem atenção médica. “É importante que seja avaliado o aspecto da urina como um todo e sempre buscar para que ela não seja muito escura, concentrada demais e que não tenha alterações do cheiro. Ao observar alguma dessas alterações, é importante buscar por atendimento médico para verificar se existe algum problema renal ou se é algo secundário, causado por desidratação, consumo de alimentos que podem mudar a coloração da urina ou pelo uso de alguma medicação”, realça Lucimary.
Referência nacional
Há 40 anos, o Serviço de Nefrologia do Hospital Pequeno Príncipe disponibiliza a estrutura necessária para os pacientes em um único local, com exames diversos e profissionais capacitados. É o único exclusivamente pediátrico do Paraná e, também, é considerado um dos mais completos do Brasil.
A instituição oferece hemodiálise, diálise peritoneal, transplante renal, hemodiafiltração, plasmaferese e urodinâmica, além de ambulatório geral de nefrologia e ambulatórios especializados para atender pacientes com doença renal crônica em tratamento conservador, litíase, tubulopatias, glomerulopatias, bexiga neurogênica e hipertensão arterial. Conta, ainda, com uma equipe multiprofissional, composta por médicos, enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas, nutricionistas e assistentes sociais.
O Pequeno Príncipe
Com sede em Curitiba (PR), o Pequeno Príncipe é o maior e mais completo hospital pediátrico do Brasil. Há mais de cem anos, a instituição filantrópica e sem fins lucrativos oferece assistência hospitalar humanizada e de alta qualidade a crianças e adolescentes de todo o país. Referência nacional em tratamentos de média e alta complexidade, realiza transplantes de rim, fígado, coração, ossos e medula óssea, além de atender em 47 especialidades pediátricas com equipes multiprofissionais.
Com 369 leitos (76 de UTI), o hospital promove 60% dos atendimentos via Sistema Único de Saúde (SUS). Em 2.023, realizados cerca de 228 mil atendimentos ambulatoriais, 20 mil cirurgias e 307 transplantes. Reconhecido como hospital de ensino desde a década de 1.970, já formou mais de dois mil especialistas em diferentes áreas da pediatria.
Além disso, sua atuação em assistência, ensino e pesquisa – conforme o conceito Children’s Hospital, adotado por grandes centros pediátricos do mundo – tem transformado milhares de vidas anualmente, garantindo-lhe reconhecimento internacional. Em 2.024, foi listado como um dos cem melhores hospitais pediátricos do mundo e, pelo quarto ano consecutivo, apontado como o melhor hospital exclusivamente pediátrico da América Latina pela revista norte-americana Newsweek.
Fonte: Hospital “Pequeno Príncipe”/marieli.prestes@hpp.org.br/comunicacao@hpp.org.br.