A diferença entre consórcio e financiamento

(Foto: Pixabay free download)

Quem pretende comprar uma casa, um carro, ou até mesmo fazer um procedimento estético ou de saúde que fuja do orçamento, pode escolher entre procurar um financiamento ou ir em busca de um consórcio.

Com diferenças significativas de prazo e de taxas contratadas, especialistas consultados pelo g1 afirmam que a escolha entre as modalidades passa por um planejamento financeiro – e depende da demanda do consumidor no momento.

Financiamento – Contrato de crédito estabelecido entre pessoas (físicas ou jurídicas) e instituições financeiras. Serve para permitir a aquisição de bens que não poderiam ser comprados à vista.

Diferentemente do empréstimo, que pode ser usado para qualquer finalidade, os financiamentos são voltados para fins específicos, como a compra de um imóvel ou de um veículo.

Além disso, é normal que, no financiamento, o bem também sirva como garantia do crédito – ou seja, pode ser tomado pela instituição em casos extremos de inadimplência.

Em ambos os casos, no entanto, uma taxa de juros é cobrada do mutuário. Ela pode variar a depender de fatores, como o nível da taxa básica de juros (Selic), a demanda pelo crédito, o risco de inadimplência do tomador e a atual conjuntura econômica.

De acordo com a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcio (Abac), o consórcio é uma modalidade de compra baseada na formação de grupos de pessoas ou empresas, com a finalidade de formar uma poupança também para a aquisição de bens móveis, imóveis ou serviços.

Nesse sistema, o valor do bem ou do serviço é diluído dentro de prazo pré-determinado – todos os integrantes do grupo contribuem com um valor mensal durante esse período.

Mensalmente, ou conforme estipulado em contrato, a administradora contempla alguém do grupo, por sorteio ou lance, com o crédito no valor do bem ou serviço contratado. Essa dinâmica se estende até que todos sejam atendidos.

Segundo especialistas consultados pelo g1, a principal diferença entre os financiamentos e os consórcios está nas taxas pagas às instituições e na demora para que o consumidor consiga os recursos.

O consórcio “não tem juros, o consumidor só paga uma taxa de administração, o que faz com que o montante inicial [a ser pago] seja menor”, explica o diretor-executivo de habitação da Caixa Econômica Federal, Rodrigo Wermelinger.

Mas, “ao mesmo tempo, a compra também não pode ser imediata, porque é preciso participar de lances ou eventualmente esperar ser contemplado. Já o financiamento é algo mais imediato”, acrescenta.

Enquanto as taxas de administração dos consórcios podem variar de 10% a 25% ao ano, dados do Banco Central indicaram que as taxas médias de juros totais ficaram em 27,6% ao ano em junho.

Como optar

Para especialistas, a escolha entre o financiamento e o consórcio precisa passar por uma avaliação do orçamento e planejamento financeiro.

Segundo Simone Carvalho Santos, presidente do Grupo NanoCapital, além de organizar as finanças atuais, considerando receitas e despesas para entender quanto do orçamento está disponível para abraçar novas dívidas, esse planejamento também deve traçar objetivos de curto, médio e longo prazos.

Outro ponto citado por especialistas é a necessidade de atenção para o valor das parcelas a ser pago, para evitar eventual inadimplência. Do lado dos consórcios, vale lembrar que, mesmo depois de contemplado, o cliente tem de terminar de pagar as parcelas até o final.

Por fim, os especialistas ainda reforçam a necessidade de buscar a instituição financeira ou a administradora de consórcio em caso de dificuldade de pagamento, uma vez que existem várias opções no mercado de renegociação ou de pausa das parcelas.

Planejamento – Não adianta pagar um consórcio se a pessoa está endividada ou não tem uma reserva de emergência. É importante que o consumidor entenda seu orçamento e em qual momento está na vida para não entrar em problemas depois”, completa Carvalho, da NanoCapital.

Fonte: Isabela Bolzani, g1 (reeditado).

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