Telemedicina: qualidade e segurança

Por

José Branco Filho (*)

José Branco Filho – É fundador e faz parte da direção executiva do IBSP (Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente), diretor técnico do INDSH (Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano) e diretor médico da CloudSaúde. (Foto:  Divulgação)

A telemedicina, ferramenta que melhora o acesso e a qualidade dos cuidados de saúde, garante a segurança dos pacientes. Nos últimos anos, seu crescimento tem sido notável, impulsionado por avanços tecnológicos, pela necessidade de ampliar o acesso à assistência médica e, bem como, pelas ocorrências oriundas da pandemia de covid-19, que, aliás, acelerou a adoção dessa ferramenta em larga escala – no Brasil, grande facilitador para os serviços de saúde.

Uma das principais vantagens é o monitoramento remoto de pacientes com condições crônicas, como diabetes, doenças cardíacas ou pulmonares. Dispositivos médicos conectados permitem a coleta de dados de saúde, tais como: pressão arterial, níveis de glicose no sangue e saturação de oxigênio, que podem ser compartilhados com os médicos sem a necessidade de visitas constantes às instituições de saúde.

Além disso, a telemedicina pode ser utilizada para triagem e diagnóstico preliminar de pacientes. Plataformas on-line permitem que os pacientes relatem seus sintomas e interajam com médicos para obter uma avaliação inicial: isto ajuda a direcionar os pacientes para o atendimento adequado, evitando visitas desnecessárias ao pronto-socorro ou atrasos no diagnóstico.

No entanto, com a rápida expansão da telemedicina, surgem preocupações relacionadas à segurança do paciente. Erros de diagnóstico podem ocorrer devido a uma comunicação inadequada durante a anamnese, exames físicos limitados ou a falta de acesso a certas áreas do corpo. Também, em alguns casos, há uma dependência maior dos pacientes e de suas famílias para medir sinais vitais ou descrever achados físicos, o que pode levar a imprecisões.

Apesar dessas preocupações, a telemedicina também oferece benefícios. Em certas circunstâncias, os pacientes têm maior probabilidade de divulgar informações com precisão por meio da telemedicina do que em consultas presenciais. A interação com computadores pode reduzir a insegurança de revelação e permite que as emoções sejam expressas de maneira mais intensa do que se fossem interações presenciais.

Contudo, é importante ressaltar que alguns modelos de assistência à telemedicina demonstraram falhas na comunicação e no engajamento do paciente, por exemplo, a triagem de condições de saúde mental e comportamental por meio de questionários administrados antes das consultas, para identificar casos de depressão, ansiedade e abuso de substâncias, registrados com menos frequência do que em consultas presenciais.

Portanto, é fundamental que a expansão da telemedicina seja acompanhada de medidas que garantam a segurança do paciente. É necessário um aprimoramento constante das práticas de comunicação, treinamento adequado dos profissionais de saúde e o desenvolvimento de diretrizes claras para o uso responsável da telemedicina. Afinal, seu potencial para melhorar o acesso e a qualidade dos cuidados de saúde é inegável, mas devemos assegurar que isso seja feito com segurança e responsabilidade!

Fonte: Assessoria de Imprensa.

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