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Carregamento - Laranjas recém-colhidas e já num caminhão em meio a um pomar em fazenda de Aguaí (SP). (Foto: Fábio Tito/g1)

O calor, a seca e a incidência de greening (doença) em lavouras de laranja fazem com que a fruta e o suco mantenham preços elevados. Os estoques da bebida estão tecnicamente zerados, aponta a Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR).

No armazenamento ideal, o volume de suco deve ser o suficiente para durar nas épocas em que não há colheita, período de cerca de 4 meses. Quando a conta não bate, já é considerado estoque tecnicamente zerado, explica Ibiapaba Netto, diretor-executivo da CitrusBR.

Conforme o último levantamento da instituição em dezembro e divulgado em março, o volume era de 463.940,92 toneladas, o segundo pior da série histórica iniciada em junho de 2.011. O pior volume foi também em 2.023, em junho, com 84.745 toneladas.

O baixo volume é causado pela quantidade de frutas. A safra de laranja 2.024/2.025 no Brasil deve ser a pior em 36 anos, com 232 milhões de caixas, queda de 24% em relação à última colheita, aponta o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus).

Apesar dos dados, isso não significa que não haverá laranja ou suco da fruta no mercado. Mas, com a escassez da fruta, a indústria já compete com os consumidores e o preço continua a subir.

Os estoques de suco de laranja podem zerar ao fim da safra 2.024/.2025, aponta pesquisa da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq – USP).

O cenário atual é de demanda superior à oferta e de competição entre a indústria e o consumidor final pela fruta in natura.

Em São Paulo, maior estado produtor do Brasil, cerca de 80% da safra vai para a indústria. Caso não seja o suficiente para o setor, os 20% que sobram vão ser alvos de grande concorrência.

Doentes

Cerca de 77 milhões de laranjeiras estão contaminadas com o greening no Cinturão Citrícola, ou seja, 38,06% do plantio, aponta o Fundecitrus. Trata-se de doença que afeta os pomares e diminui a qualidade e a produtividade da fruta. Ela é causada por uma bactéria, por sua vez, disseminada por um inseto.

Atualmente, é possível encontrar plantas doentes em São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Paraná e Goiás, explica Olavo Bianchi, pesquisador do Fundecitrus.

A doença não tem cura e a legislação obriga o produtor a remover o pé adoecido. O ideal é prevenir a disseminação da bactéria por meio de pulverização recorrente, diz Bianchi.

O Brasil deve levar até 3 safras para conseguir repor os estoques dos sucos, ou seja, 3 anos, período que leva, após novo plantio, para acontecer uma boa colheita.

Fonte: Com informações de Vivian Souza/g1.com.br

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