IA e aprendizado corporativo

Diogo Aguilar - Fundador e diretor executivo da Fluencypass. Ele possui mais de 20 anos de experiência em tecnologia e gestão de produtos para internet, empreende no ambiente digital desde os 13 anos. Já fundou empresas no Brasil e na República Dominicana antes de criar a Fluencypass em 2.016. (Foto: Divulgação)

(*) Por Diogo Aguilar

A Inteligência Artificial se torna grande aliada em diferentes setores econômicos. No mundo corporativo, tem sido usada para automatizar processos, facilitar a vida dos profissionais e, sobretudo, capacitá-los ainda mais.

Segundo o 19º Panorama do T&D, da Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD), o investimento médio em treinamento e desenvolvimento (T&D) por colaborador cresceu 14% no Brasil em 2.024. Isso mostra que diversas empresas já compreenderam que o aprendizado passou a qualificar a mão-de-obra, resultando diretamente em melhora na produção.

O uso da IA para dar suporte e preparar o colaborador para as tarefas do dia a dia e nas tomadas de decisões tem revolucionado o mercado. No entanto, muitas organizações ainda utilizam diversas planilhas ao invés de um sistema inteligente que concentra todas as possíveis dúvidas e informações. Isso porque, quando ela está fragmentada, o processo acaba sendo travado, resultando em perda de eficiência. Por exemplo, quando um trabalhador opta por se desligar da empresa, todo repertório profissional que ele retém não se perde. Dessa forma, o conhecimento interno precisa ser tratado como infraestrutura estratégica.

Muito além de otimizar operações e centralizar o conhecimento, a tecnologia traz para o universo corporativo a possibilidade de criar algo novo. Assim, aquelas organizações que são disruptivas estão gerando uma quantidade de receita muito maior por cada funcionário que empregam, em comparação com modelos de negócios tradicionais ou do passado. Isso porque o mercado está passando por um forte momento de arbitragem de eficiência, ou seja, as empresas, ativamente, buscam e capitalizam sobre as diferenças de eficiência que existem. Assim, aquelas capazes de identificar e explorar essas oportunidades tendem a ter uma vantagem competitiva significativa.

Nesse caso, a tecnologia é uma grande aliada na hora de realizar treinamentos. Uma vez que possibilita a cada colaborador receber uma trilha adaptada ao seu perfil e objetivo, a IA ajusta o conteúdo com base no desempenho e no ritmo de aprendizagem. Além disso, permite um onboarding com assistente inteligente, se tornando uma base de conhecimento centralizada e viva. Os processos são atualizados automaticamente, viabilizando também minitreinamentos sob demanda e agentes capazes de responder dúvidas.

Experimento recente com 776 especialistas da Procter & Gamble, realizado em parceria com pesquisadores de instituições como Harvard, Wharton e Warwick Business School, buscou investigar como a inteligência artificial pode funcionar não apenas como uma ferramenta, mas como um “colega de equipe” genuíno, impactando a produtividade, a criatividade e a colaboração em um ambiente corporativo real. Sendo assim, os participantes foram divididos aleatoriamente em grupos, em que alguns indivíduos trabalharam com o auxílio da IA e outros sem.

Como resultado, o estudo mostrou que o uso estratégico da tecnologia pode transformar um colaborador comum em um “time de alta performance de uma só pessoa”. Isso porque, aqueles que tiveram acesso à tecnologia apresentaram um aumento de 37% no desempenho, enquanto quem estava sem a ferramenta alcançou um desempenho de 24%. Portanto, as equipes que usaram IA se destacaram, triplicando a probabilidade de produzir soluções de alta performance.

Por fim, concluo que se a empresa quer ganhar a corrida por eficiência, não é a tecnologia que precisa mudar – são as pessoas. Ao atrair talentos capazes de operar com IA, desenvolver sistemas de aprendizado contínuo e centralizar e ativar o conhecimento interno, criando sistemas que aprendem, a companhia será como uma entidade própria, independente e com todas as partes conectadas. A transformação está acontecendo agora, mas algumas empresas vão liderar, enquanto outras vão assistir. É importante refletir sobre isso!

Fonte: PiaR <gcalencautcy=piarcomunicacao.com.br@imxsnd73.com>

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