Força e união

Ângela Gandra da Silva Martins (*).

A frase “O agro unido jamais será vencido” pode soar como chavão, porém, é oportuno para o momento, e, em especial, no mês do Dia Mundial do Meio Ambiente, já que a produção agropecuária brasileira é a mais sustentável do mundo.

De fato, em recente reportagem sobre o tema, o comentário é que tal dia também poderia ser considerado ‘do pequeno agricultor’, que tanto preserva a terra – e cuida dela.  Mas, infelizmente, hoje o ambientalismo torna-se uma espécie de totalitarismo, em que o ambiente é absolutizado como fim, e não, efetivamente, como meio relativo ao ser humano.

Em um mundo e, principalmente, um país com a potencialidade do Brasil, em termos de segurança alimentar, as políticas públicas deveriam se equilibrar entre proteger e projetar em função das próximas gerações, a começar pela já existente.

Por outro lado, a verdade, ou pelo menos a sensatez, deveria orientar a informação, sem alarmismos ideológicos – ou melhor, utilitaristas –, o que também auxiliaria na tomada de decisões eficazes, eficientes e realmente sustentáveis. Nesse sentido, pode-se afirmar que o agro brasileiro tem enfrentado séria oposição, desde a falácia em apresentar incompatibilidade entre agricultura familiar e meio ambiente, com passagens pelo marco temporal e a apropriação de zonas “florestais” até o escândalo da “Arrozbrás”.

Talvez o agro possa ser uma ameaça para alguns, pois preserva a família, a vida, a propriedade e a liberdade. Por outro lado, manipular um setor básico com pseudo-fundamentação é o primeiro passo para garantir a cadeia toda, preservado também o fim, como a indústria e os bancos, o que se vê claramente na reforma tributária. Assim se apropria de toda economia de um país.

A força do agro é natural e, de certa forma, divina, pois tanto depende do Criador, e, sua persistência, que, pela necessidade, resiste e encontra caminhos para seguir trabalhando a terra, cuidando devidamente do ambiente por meio dela e assegurando, dessa forma, sustento, sustentabilidade e liberdade.

Por fim, a união entre as pessoas e o foco nelas como prioridade é o que efetivamente torna o agro forte. Disputas políticas ou de puro poder – que deve ser exercido também de forma democrática – não devem caber em um setor que necessita trabalhar com unidade e lealdade, pois dele depende a nação e seu desenvolvimento econômico e social.

Por essa razão, o lema de entidades em defesa do agro é tão apropriado: “Plante, cultive e colha a paz”. Essa é a força e a união que vem do campo.

(*) Ângela Vidal Gandra da Silva Martins, professora de Filosofia do Direito da Universidade Mackenzie, sócia da Gandra Martins Law, gerente Jurídica da Faesp, presidente do Instituto Ives Gandra de Direito, Filosofia e Economia e ex-secretária nacional da Família do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.

Autora – Ângela Vidal Gandra Martins.(Foto: Andreia Tarelow)

Fonte: Gabriela Romão/(11) 97530-0029.

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