Como se proteger da Oropouche

(Foto ilustrativa)

As mortes de duas jovens, abortos espontâneos e malformações congênitas no Brasil estão ligadas ao Oropouche, doença pouco conhecida e transmitida por borrachudos e mosquitos. O aumento de casos no país é repentino neste ano – 7.284, contra 832 em 2.023. Muitos registrados em áreas que nunca haviam visto o vírus antes.

Os sintomas súbitos podem incluir febre e dores no corpo e de cabeça que provocam hemorragias fatais. Uma terceira morte relacionada, de um homem de 57 anos, está sob investigação.

Felipe Naveca, da Fundação Oswaldo Cruz, instituição de pesquisa em saúde vinculada ao Ministério da Saúde do Brasil (coautor de pesquisa que encontrou mudanças genéticas na forma do Oropouche), disse: “Já causou surtos antes, mas nada na escala do que acontece agora”.

O vírus, normalmente encontrado em primatas e preguiças, pode ser transmitido aos humanos por meio de picadas de certos borrachudos e mosquitos. Uma revisão publicada na The Lancet em janeiro descreve o Oropouche como “doença negligenciada prototípica” e alerta para lacunas significativas no conhecimento médico e científico sobre o vírus, que “tem potencial para emergir como ameaça substancial”.

O Oropouche, detectado pela primeira vez em Trinidad e Tobago em 1.955, tende a causar sintomas semelhantes aos da gripe, com duração de uma semana. Em alguns casos, o vírus pode causar complicações graves, como meningite.

Não há vacina ou tratamento específico para o Oropouche. A Organização Pan-Americana da Saúde orienta a se concentrar na prevenção, o que inclui cobrir braços e pernas, usar repelentes de insetos contendo Deet, IR3535 ou icaridina e usar mosquiteiros de malha fina em portas, janelas e camas. Os borrachudos são bem menores do que os mosquitos, portanto, os mosquiteiros tradicionais não protegem contra suas picadas.

(*) André Forastieri é jornalista e empreendedor, fundador de Homework e da agência de conteúdo e conexão Compasso, além de mentor de profissionais e executivos. Saiba mais em andreforastieri.com.br.

Fonte: The Guardian/(*) André Forastieri (reeditado)

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