Estudos recentes da World Sleep Society revelam que cerca de 30% da população mundial sofre com o bruxismo. Este hábito de encostar, apertar ou ranger os dentes pode impactar não apenas a saúde bucal, mas a qualidade de vida dos pacientes, devido à sua relação com problemas do sono e a dores musculares.
A condição é classificada em dois tipos principais: bruxismo do sono (BS) e bruxismo em vigília (BV). “O bruxismo do sono é considerado um distúrbio de movimento relacionado ao sono, enquanto o bruxismo em vigília ocorre mais frequentemente em momentos de tensão ou concentração, como ao estudar ou usar o computador”, explica Fernanda Oliani Marur, coordenadora técnica da Oral Sin.
O bruxismo, especialmente quando não controlado, pode causar fraturas nos dentes, devido à força excessiva aplicada durante o apertar ou ranger. Esse desgaste constante enfraquece a estrutura dentária, tornando os dentes mais suscetíveis a trincas e até mesmo a quebras completas. Em casos mais graves, essas fraturas podem exigir tratamentos odontológicos mais invasivos, como coroas, restaurações extensas ou até mesmo a necessidade de implantes dentários para substituir dentes irrecuperáveis.
Apesar de não possuir uma única causa definida, o bruxismo está associado a fatores como distúrbios do sono, uso de determinados medicamentos e estresse. No BS, o ranger de dentes geralmente ocorre em crises durante as fases leves do sono, enquanto no BV, os pacientes costumam apertar os dentes em períodos prolongados.
Os sinais mais comuns incluem: desgaste dentário, dores ou cansaço na musculatura facial ao acordar e sensação de cansaço na região da mandíbula. “A falta de controle pode resultar em perdas severas de estrutura dentária, além de impactar a qualidade de vida devido a noites mal dormidas”, reforça Marur.
Embora o bruxismo não tenha cura, o controle é possível e depende de um diagnóstico preciso e acompanhamento especializado.
Principais estratégias
• Placas estabilizadoras – Dispositivos intraorais rígidos e ajustáveis, indicados especialmente para o bruxismo do sono, que ajudam a proteger os dentes contra o desgaste.
• Mudanças de hábito – Melhorar o padrão de sono com ambientes tranquilos, evitar cafeína e criar uma rotina de relaxamento noturno.
• Abordagem interdisciplinar – Investigações adicionais podem ser necessárias para tratar fatores associados, como distúrbios respiratórios do sono e estresse.
No caso do bruxismo em vigília, a conscientização sobre o hábito é fundamental para quebrar o ciclo. A prática de atividades físicas e técnicas de relaxamento podem ser recomendadas.
A identificação precoce e o correto diagnóstico são essenciais para evitar complicações e melhorar a qualidade de vida. Com acompanhamento profissional, é possível minimizar os danos e restaurar a saúde bucal do paciente”, finaliza a doutora.
Fonte: Ruhama Rocha <ruhama@dfreire.com.br>