Marcas de azeite são proibidas pela Anvisa

Da colheita ao envase - Processo de produção do azeite de oliva é feito mecanicamente para conservar as características de sabor e aroma. (Foto: Pixabay free download)

Anvisa proíbe a venda de duas marcas de azeite, por terem sido importadas e distribuídas por empresas desconhecidas e sem CNPJ no Brasil: Serrano e Cordilheira, ambos extravirgem – 0,5% de acidez. Com a origem sem ser identificada, não há garantias sobre a segurança e a qualidade dos produtos.

Para comprar um azeite de qualidade, faça opção pelos envasados mais recentemente. É importante o máximo de frescor, explica Ana Beloto, azeitóloga e considerada a sexta mulher mais poderosa do agro pelo ranking da revista Forbes.

O azeite tem três inimigos que o fazem estragar rapidamente: a luz, o oxigênio e o calor. Por causa da influência da luz, as embalagens costumam ser de vidros escuros, isolando, assim, o contato com a claridade. Também existe o produto em lata.

A fiscalização de azeite é um trabalho bastante minucioso no Brasil. O processo é feito pelo Ministério da Agricultura e conta com testes de fraude e qualidade.

Depois de apreender garrafas em supermercados, o governo envia amostras para um laboratório, que investiga se o azeite é verdadeiro – isto é, se está misturado a um outro óleo e se realmente se trata de azeite. São os chamados testes de fraude.

Uma vez que o produto for classificado como azeite, segue para a próxima etapa, os testes de qualidade. Nessa parte do processo, os especialistas vão investigar se o produto é extravirgem, virgem tipo único ou mesmo um lampante, que não pode ser consumido. A equipe conta com pessoas especializadas em descobrir irregularidades pelo cheiro e pelo paladar.

Tipos

Extravirgem: é o azeite de maior qualidade, produzido a partir de azeitonas em ótimo estado, com acidez menor que 0,8%. Nas análises sensoriais, predominam atributos positivos de frutado, amargo e picante. Tem ausência de defeitos.

Virgem: de qualidade intermediária, que também provém de extração de frutos de qualidade, mas com algum estágio de oxidação e com acidez menor do que 2%. Nas análises sensoriais, aparecem defeitos, mas sem muita intensidade;

Lampante: é de péssima qualidade, com acidez maior do que 2% e que não pode ser destinado ao consumo humano. É muito provável que tenha sido feito a partir de azeitonas em péssimo estado de qualidade (colhidas estragadas, do chão ou armazenadas inadequadamente). Nas análises sensoriais, predominam os defeitos.

Tipo único: é um azeite geralmente derivado da mistura com refinado, ou seja, alterado quimicamente para eliminar impurezas e ser destinado ao consumo humano. É misturado com o azeite de oliva virgem. Ele não chega a ser avaliado sensorialmente, mas é bastante neutro, traz aromas e defeitos diluídos, indicado para fritar por exemplo.

Prejuízos à saúde

Nas fraudes de azeite de oliva, diversos componentes podem ser usados, por isso, é difícil determinar os riscos para a saúde do consumidor, explica o diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (Dipov) do Ministério da Agricultura e Pecuária, Hugo Caruso.

Ele afirma que, no Brasil, é muito comum serem adicionados corantes e aromatizantes que não possuem autorização como ingrediente em óleos e que ainda não se sabe os riscos desses produtos para a saúde do consumidor.

Outro problema é o azeite ser recomendado por médicos para pacientes cardiovasculares, como um alimento que ajuda no sistema circulatório. Assim, quem o adquire com esse fim pode comprometer ainda mais a saúde em caso de adulteração.

Fonte: Vivian Souza, g1 (reeditado).

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