Rede de ensino de SP cai no ranking de qualidade da educação em todos os níveis: fundamental (1º ao 9º ano) e ensino médio, segundo dados do Ideb. Os resultados reforçam o diagnóstico prévio que aponta defasagem na aprendizagem, por isso o Governo do Estado afirma adotar medida de melhorias.
Nos anos iniciais do ensino fundamental, SP ocupava o segundo lugar do ranking em 2.019. Em 2.023, passou a ser o sexto colocado;
Nos anos finais, o Estado paulista era o líder em 2.019 e caiu para a sexta posição em 2.023;
No ensino médio, SP era o 5º melhor em 2.019 e passou para a 8ª posição no ano passado.
O Ideb, principal indicador do MEC, reúne os resultados de dois conceitos para medir a qualidade do ensino do País: o fluxo escolar (calculado a partir de dados de aprovação e reprovação) e as médias de desempenho nas avaliações de Português e Matemática do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). As notas variam em escala de 0 a 10.
A comparação dos resultados com o período anterior à pandemia (2.019) se deve ao fato de que, em 2.021, os resultados do índice ficaram abaixo do esperado, desviando a curva de evolução, devido aos efeitos do ensino remoto na aprendizagem.
Nos anos iniciais, a nota da rede estadual paulista ficou em 6,2. A liderança ficou com o Ceará, que obteve pontuação de 7,7. Ficaram à frente da rede paulista os Estados do Paraná, Goiás, Espírito Santo e Piauí. Em 2.019, apenas o Paraná havia superado as escolas estaduais paulistas nesta fase de ensino.
Nos anos finais, São Paulo deixou o posto de liderança que ocupava junto com Goiás em 2.019 para chegar à sexta posição no ano passado. No período, a nota variou de 5,2 para 5,1, enquanto a rede estadual goiana cresceu de 5,2 para 5,5.
No ensino médio, a nota paulista variou de 4,3 em 2.019 para 4,2 em 2.023. Enquanto há cinco anos, a rede de São Paulo ocupava a quinta posição, no ano passado sete redes estaduais ficaram à frente das escolas paulistas.
Segundo a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP), “os resultados da edição 2.023 do Ideb reforçam o diagnóstico feito pelo Governo do Estado no início da gestão, que aponta defasagem na aprendizagem e a necessidade de implementar medidas para recuperar o déficit acumulado ao longo da pandemia e que ainda reflete nas avaliações dos alunos da rede”.
A secretaria afirma que as principais ações para recuperar esse déficit foram implementadas a partir do segundo semestre do ano passado: apoio à alfabetização na idade certa em parceria com municípios paulistas, recuperação semestral com foco na recomposição da aprendizagem, ampliação de cursos de formação continuada para professores, redução do número de itinerários formativos, aumento do tempo destinado na matriz curricular ao aprendizado de língua portuguesa e matemática, ampliação do itinerário do ensino técnico e aperfeiçoamento dos mecanismos de acompanhamento do rendimento escolar dos estudantes.
Dados nacionais
Brasil registra ligeira melhora na qualidade da educação básica, mas ainda se mantém distante de metas para os anos finais do ensino fundamental e para o ensino médio. Na avaliação dos responsáveis pelo indicador, os aumentos de 0,1 ponto em relação ao pré-pandemia podem ser considerados uma estagnação.
Nos anos iniciais (1º ao 5º) do ensino fundamental, o País teve nota 6 no Ideb 2.023, o que superou o patamar anterior ao coronavírus (5,9), e atingiu a meta que deveria ter sido alcançada pela etapa ainda em 2.021. A nota varia de zero a dez.
Já nos anos finais do fundamental (6º ao 9º), o resultado foi 5 em 2.023, ante 4,9 em 2.019. A meta para essa fase era de 5,5.
No ensino médio, o Brasil ficou com 4,3. O índice é ligeiramente maior do que 4,2 registrado em 2.019. O índice é um ponto menor do que a meta de 5,2, prevista para 2.021.
Fonte: Isabela Moya/Paula Ferreira/terra.com.br (reeditado).