Meu celular ouve minhas conversas: mito ou verdade?

(Foto: Pixabay free download)

Amigos se encontram e conversam sobre determinado assunto; quando vão olhar suas redes sociais um tempo depois, se deparam com anúncios sobre o assunto discutido. Essa situação recorrente gera especulações a respeito de o celular ouvir as conversas para direcionar publicidade. Porém, não existe ação ilícita alguma – especialistas da Kaspersky desmitificam isso.

A impressão de que muitos têm de o celular ouvir as conversas para, depois, direcionar propagandas on-line, ocorre principalmente por dois fatores: rastreamento de hábitos on-line e compartilhamento de preferências entre aparelhos próximos.

O rastreamento de hábitos on-line ocorre a todo momento em que você está conectado à internet: os a sites que visita, os produtos que olha e compra, as pesquisas que faz, o que curte em suas redes sociais e até mesmo com o GPS ativado no dispositivo. Essas informações permitem que as empresas entendam os interesses e as preferências dos internautas e possibilitam realizar recomendações personalizadas a elas. 

Se você pesquisa sobre trilhas, é provável que em algum momento apareça para propagandas de viagens para locais em que se praticam essa atividade, mesmo que não tenha buscado o lugar específico proativamente.

Porém, o vilão desse mito dee que o celular espiona as conversas é a possiblidade de compartilhamento dessas preferências entre aparelhos próximos. Ou seja, existe uma função nos smartphones que permite compartilhar informações de hábitos de compra entre eles. Da mesma forma que se conversa para trocar informações, os dispositivos também o fazem – com o objetivo de melhorar a customização das ofertas on-line.

Vale ressaltar que essa troca não está associada ao dono ou à dona do celular, mas sim ao número de registro do dispositivo na internet (IP) – isso significa que dados pessoais não são “vazados”. Tecnicamente, o que é transmitido são os metadados que não permitem definir quem são as pessoas em questão.

“Diariamente, buscamos ou consumimos conteúdo on-line e essa troca entre os dispositivos também acontece. Porém, não percebemos isso quando o assunto é geral, acreditando que seja apenas uma propaganda massiva. Mas chama a atenção quando debatemos um tema específico, como uma viagem para um país não popular ou um produto ou serviço específico – e logo vemos anúncios sobre isso. E são esses casos específicos que criam a percepção de que o celular ouviu a conversa”, explica Leandro Cuozzo, analista de segurança da Kaspersky para a América Latina.

O especialista recomenda que é importante ficar atento a aplicativos que rastreiam ativamente o comportamento de navegação ou interação. Para isso, basta revisar as permissões de cada app no momento de sua instalação e desabilitar funções consideradas invasivas. 

Caso queira limitar o compartilhamento de dados pessoais, é possível revisar as preferências no celular para impedir que aplicativos acessem (e compartilhem com terceiros) dados sobre o histórico de navegação ou hábitos de consumo.

Melhore sua privacidade on-line

• Use o modo de navegação anônima – Se não quiser perder tempo com configurações ou não tiver necessidade de ocultar todo o histórico do navegador, mas apenas alguns sites específicos, você pode usar o modo de navegação anônima. Dessa forma, o navegador não armazenará informações sobre as páginas visitadas, cookies, senhas – e assim por diante. Por outro lado, a guia anônima não impede que você use guias regulares ou exclua o que seu navegador já salvou. 

• Bloqueie rastreadores da web – Outra forma de evitar o rastreamento é com a ajuda de programas especiais e extensões, como o famoso bloqueador de anúncios AdBlock Plus, que também impede que as redes sociais rastreiem sua atividade (essa função precisa ser ativada nas configurações). Você também pode obter uma lista de todos os rastreadores bloqueados por padrão. 

• Acostume-se a usar VPN – Uma rede privada virtual (VPN) é uma ferramenta indispensável para os usuários que se conectam a diferentes redes Wi-Fi. Alguns serviços são gratuitos e, outros, pagos, mas às vezes é melhor investir em cibersegurança do que perder todas as suas informações valiosas.

Fonte: Redação Homework/terra.com.be (reeditado).

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